Quantidade registrada apenas no primeiro semestre de 2020 já equivale a 80% do total do ano passado. Animais domésticos são predominantes.
Animais soltos, circulando por uma rodovia, podem ser curiosos à primeira vista, mas representam um sinal de extremo perigo aos motoristas. O barulho das buzinas e a grande quantidade de veículos desnorteiam os animais, que muitas vezes terminam invadindo a pista e causando acidentes.
Evitar a presença desses visitantes ilustres é um desafio aos gestores das rodovias. No Rodoanel Mario Covas, por onde circulam caminhões e veículos de passeio, a Concessionária SPMAR realiza diariamente ações preventivas, com o objetivo de detectar e capturar qualquer animal nas redondezas da faixa de domínio. Durante 24 horas a equipe de monitoramento acompanha pelas câmeras o movimento na rodovia e se necessário, já aciona a equipe de captura. Os próprios motoristas também contribuem com esse monitoramento ativo e muitas vezes ligam na central de atendimento para relatar a existência de animais próximos à pista.
Para Marcos Fonseca, diretor executivo da concessionária SPMAR, o trabalho de prevenção é essencial para garantir a segurança dos animais e dos usuários: “ao avistar qualquer movimentação diferente na via, o reflexo natural do motorista é sempre o de evitar um choque ou atropelamento, o que muitas vezes gera manobras bruscas e freadas repentinas”.
No primeiro semestre de 2020 foram encontrados 1582 animais circulando no entorno da rodovia, uma média de 8,6 casos por dia. Isso já representa 80% do total registrado em todo ano de 2019.
Animais domésticos representam 97, 5% desse total de capturados. Nesse grupo, enquadram-se desde os de pequeno porte, como gatos, cachorros e galinhas, até os maiores, como bovinos, caprinos e equinos.
Por outro lado, os animais silvestres são apenas 2,5% dos encontrados na rodovia. Nesse grupo, as capivaras são vistas com maior frequência, mas também há registro de jabutis, corujas, patos, macacos e bichos preguiças.
Mesmo com o menor tráfego de veículos, devido a Pandemia, não houve aumento de circulação de animais silvestres. A baixa presença desse grupo na via se explica pelas medidas implantadas durante a construção do Rodoanel com intuito de preservar a mobilidade das espécies nativas da região. Destacam-se as passagens de fauna, distribuídas sob as pistas e que interligam fragmentos florestais do entorno da rodovia, dessa forma auxiliam o translado de diversas espécies. Nos trechos Sul e Leste há 25 dispositivos de passagens de fauna implantados.
Todos os animais capturados seguem para instituições parceiras. Os de grande porte – como bovinos, equinos, muares, entre outros – são cadastrados e ficam numa propriedade vinculada à Concessionária. Os caninos são encaminhados para veterinários e abrigos regulamentados. Já os classificados como selvagens, são encaminhados à guarda florestal.